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Turquia

A Turquia, cujo nome oficial é República da Turquia, é um país eurasiático constituído por uma pequena parte europeia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Tem limite com oito países: a Bulgária a noroeste, a Grécia a oeste, a Geórgia a nordeste, a Arménia, o Irão e o Nakichevan azerbaijano/Azerbaijão a leste, o Iraque e a Síria a sudeste. É banhada pelo Mar Negro ao norte, pelo Egeu e o Mar de Mármara a oeste e pelo Mediterrâneo ao sul. Sua capital é Ancara.


Nos termos da constituição turca, a Turquia é uma república democrática, secular e constitucional cujo sistema político foi estabelecido em 1923, após o fim do Império Otomano. Atualmente, negocia sua adesão como membro pleno da União Europeia.

A Turquia e seus Estados antecessores foram uma ponte entre as culturas ocidental e oriental e o centro de diversas grandes civilizações.

História

Devido a sua posição estratégica entre a Ásia e a Europa, a Anatólia foi o berço de diversas civilizações desde os tempos pré-históricos, como atestam alguns assentamentos neolíticos. A povoação de Troia começa no Neolítico e adentra a Idade do Ferro. Ao longo da história, os anatólios falaram línguas indo-europeias, semíticas e kartvelianas, bem como algumas de afiliação incerta. Dentre os povos da Idade do Ferro que colonizaram ou invadiram a Anatólia, podem-se destacar os frígios, os hititas, os lídios, os lícios, os celtas, os urartu, os curdos, os cimérios, os armênios, os persas e os gregos.

À conquista gradual da Anatólia das mãos dos bizantinos pelos turcos seljúcidas seguiu-se a constituição do Império Otomano. No final do século XVI, no zênite de sua civilização, o Império Otomano incluía a Anatólia, os Bálcãs, o norte da África, o Oriente Médio, a Europa Oriental e o Cáucaso, com uma área total de 5,6 milhões km². Os otomanos interagiram com culturas a leste e a oeste ao longo de seus 624 anos de história.

Nos séculos XVI e XVII, o Império Otomano era um dos Estados mais poderosos do mundo, frequentemente colidindo com as potências da Europa Oriental, ao avançar através dos Bálcãs e da porção sul da Comunidade Polaco-Lituana. Sua marinha também era uma força considerável no Mediterrâneo. Em diversas ocasiões, o exército otomano atingiu a Europa Central, cercando Viena em 1529 e 1683, numa tentativa de conquistar o território dos Habsburgos. Foi repelido apenas por meio de grandes coalizões terrestres e marítimas formadas por potências europeias.

Após anos de declínio, o Império Otomano entrou na Primeira Guerra Mundial ao lado da Alemanha, em 1914. Derrotado ao final do conflito, as potências europeias procuraram partilhar o Império por intermédio do tratado de Sèvres. A consequente ocupação grega de İzmir, com o apoio dos Aliados, resultou num movimento nacionalista turco iniciado em 19 de maio de 1919 e chefiado por Mustafa Kemal Pasha. Kemal buscou revogar o tratado, que havia sido assinado pelo sultão em Istambul, mobilizando toda a sociedade turca no que viria a transformar-se na Guerra de Independência Turca.

Em setembro de 1922, as forças estrangeiras de ocupação haviam sido expulsas. Em 1º de novembro, a Grande Assembleia Nacional Turca aboliu o cargo de sultão, pondo termo a 631 anos de domínio otomano. Em 1923, o tratado de Lausanne reconheceu a soberania da nova República da Turquia. Kemal - que viria a ser conhecido como Atatürk ("pai dos turcos") - tornou-se o primeiro presidente da República e instituiu reformas abrangentes com o objetivo de modernizar o país.

A Turquia ingressou na Segunda Guerra Mundial do lado dos Aliados, na fase final do conflito, e tornou-se membro das Nações Unidas. As exigências da União Soviética no sentido de que a Turquia permitisse a instalação de bases militares nos estreitos turcos fizeram com que os Estados Unidos declarassem sua intenção de garantir a segurança do país, com consequente apoio militar e econômico americano.

A Turquia aderiu à OTAN em 1952. Em 1974, interveio militarmente em Chipre, em reação a um golpe de gregos cipriotas, levando à criação da República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida por nenhum outro Estado exceto a Turquia.

A República da Turquia vivenciou uma série de golpes e, a partir dos anos 1970, períodos de instabilidade política e dificuldades econômicas. As eleições de 2002 levaram ao poder central o Partido da Justiça e Desenvolvimento, conservador, chefiado pelo ex-prefeito de Istambul, Recep Tayyip Erdoğan. Em 2005, a União Europeia iniciou o processo de negociação com vistas à eventual adesão plena do país, que já é membro associado desde 1964.

Geografia

O território da Turquia (coordenadas 36° a 42° N e 26° a 45° E) encontra-se na Eurásia e apresenta um formato aproximadamente retangular, com uma extensão L-O de 1.660 km e N-S de menos de 800 km. A área total do país, inclusive as superfícies lacustres, totaliza 779.452 km², dos quais 97% (755.688 km²) se encontram na Anatólia (também conhecida como Ásia Menor), no oeste da Ásia, e 3% (23.764 km²), na Europa (a chamada Trácia). É o 36º país em território, comparável em área ao Chile, sendo um pouco menor do que o estado brasileiro do Mato Grosso.

A Anatólia é formada por um planalto central alto e planícies litorâneas estreitas, com os Montes Tauros ao sul. O terreno interior da Anatólia torna-se progressivamente mais acidentado à medida que avança para o leste, ali encontrando-se rios como o Eufrates e o rio Tigre, bem como o Lago Van e o Monte Ararat (5.137 m), este o ponto culminante da Turquia.

As diversas regiões da Turquia apresentam climas diferentes. Os litorais egeu e mediterrâneo têm invernos frios e chuvosos e verões quentes e relativamente secos. As montanhas próximas ao litoral impedem que a influência do Mediterrâneo avance para o interior, conferindo às regiões longe da costa um clima continental com estações diferenciadas. O planalto central anatólio é mais sujeito a extremos do que as regiões litorâneas, apresentando invernos especialmente rigorosos.

A principal cidade do país, Istambul (anteriormente chamada Bizâncio, depois Constantinopla), encontra-se entre a Trácia e a Anatólia, dividida ao meio pelo estreito do Bósforo. Trata-se da única cidade do mundo a cavaleiro de dois continentes.

Demografia

A maior parte da população da Turquia pertence ao grupo étnico turco. Há minorias étnicas formadas por gregos, armênios e judeus, reconhecidas pelo tratado de Lausanne. Outros grupos étnicos incluem abecásios, albaneses, árabes, bósnios, chechenos, ciganos, circassianos, curdos, geórgios, hemichis, kabaris, lazos, levantinos, ossetas, pomaks, siríacos e zazas; dentre estes, o grupo não-túrquico mais numeroso é o curdo, concentrado no sudeste do país. Afora os grupos reconhecidos por Lausanne, o grau de assimilação das minorias étnicas à sociedade turca é alto.

Embora a língua turca seja o único idioma oficial do país, há transmissões de mídia em árabe, bósnio, circassiano e curdo.

A população turca é relativamente jovem, com mais de um quarto na faixa de 0-14 anos. A expectativa de vida é de 70,2 anos para homens e 75,2 anos para mulheres, com uma média de 72,6 anos. Muitos nacionais turcos imigraram para a Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial (especialmente para a Alemanha), de modo a formar consideráveis comunidades no exterior.

Religião

Nominalmente, 99% da população da Turquia são considerados muçulmanos, em sua maioria pertencentes ao ramo sunita do Islão. Há também uma minoria significativa de xiitas duodecimanos.

O restante da população (1%) pertence a outras religiões, principalmente cristãos (ortodoxos gregos, apostólicos armênios, ortodoxos siríacos, católicos romanos e protestantes), judeus e bahá'ís.

Diferentemente de outras sociedades muçulmanas, a Turquia possui uma forte tradição secularista. Embora o Estado não promova nenhuma religião, observa de modo constante o relacionamento entre as diversas fés. A constituição proíbe a discriminação com base na religião e prescreve a liberdade religiosa. Por outro lado, veda o envolvimento das comunidades religiosas no processo político-partidário.

O Patriarca Ortodoxo é o chefe da Igreja Ortodoxa Grega na Turquia e atua também como chefe espiritual de todas as igrejas ortodoxas no mundo.
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